02h00 CEST
01/09/2025
Na zona de entrevistas rápidas da Sport TV, antes de marcar presença na conferência de imprensa, o comandante dos encarnados falou de um jogo com duas partes distintas.
"Com 11, fomos claramente a melhor equipa em campo. Primeira parte tranquila da nossa parte, onde gerimos o jogo da maneira como entendemos e marcámos dois golos. Temos uma entrada muito boa na 2.ª parte, e o Andreas [Schjelderup] tem mais uma grande oportunidade de golo, mas, a seguir à expulsão, o jogo mudou", afirmou, numa primeira análise.
"Depois, esta é uma equipa de guerreiros. Fechou a baliza num jogo que, na minha opinião, esteve sempre tranquilo e no qual não havia necessidade da forma como o Dedic levou o segundo [cartão] amarelo... Fizemos 12 faltas, levámos 6 cartões amarelos. O Dedic fez 3 faltas, levou 2 cartões amarelos", lamentou, referindo-se ao trabalho da equipa de arbitragem.
EXIBIÇÃO CONSISTENTE, SÓLIDA E CORAJOSA
"O objetivo principal, que era vencer o jogo, foi atingido. Penso que fizemos uma 1.ª parte consistente e sólida a controlar o jogo. Criámos as oportunidades de golo que nos permitiram chegar ao intervalo a vencer. A entrada na 2.ª parte, também, com outra oportunidade: recordo a do Schjelderup [remate ao poste], num bom movimento pela esquerda. E quando sinto que o jogo se encaminhava para uma forma tranquila – como nós estávamos a controlar o jogo com bola e sem bola –, surge a expulsão [de Dedic] e o jogo muda. Mas a equipa teve coragem e determinação. Já tínhamos jogado assim no Fenerbahçe, com 10, e fechámos a baliza o suficiente para vencer os 3 pontos."
CARTÕES EM DEMASIA
"[É ponderado, mas hoje...] Estava irritado, irritado é o termo, porque foi evidente. Quando olho para o jogo, para a forma como o jogo estava, calmo, com 2 equipas a quererem jogar bom futebol, num relvado difícil e com o vento que estava – mérito também do Alverca pela qualidade que tem, pelo sistema que tem, pela juventude que tem, os 3 homens da frente; não conhecia este ponta de lança e fiquei muito surpreendido pela forma como joga –, um jogo tão tranquilo, acho que teve demasiadas faltas e demasiados cartões amarelos, e isso deixou-me irritado, principalmente na expulsão. Acho que o Dedic, pela informação que tenho, em 3 faltas leva 2 cartões amarelos, acho que é exagerado."
CRIAR PLANTEL COM EXIGÊNCIA DO BENFICA
"[Saídas até ao fecho do mercado] Ainda temos muito trabalho pela frente, ainda faltam 2 dias, dia e meio, para o fecho do mercado. Estamos a trabalhar no sentido de criar um plantel que nos permita jogar de 3 em 3 dias, com a exigência do Benfica."
DESPEDIDA DE FLORENTINO
"Sobre o Tino [Florentino], dei-lhe um abraço. Acho que é um momento muito difícil, mas simultaneamente bom. Difícil, porque é a despedida de um grande jogador, que eu tive a oportunidade de lançar, que me ajudou imenso, quer na equipa B, quer na equipa A. Curiosamente, no balneário, reforcei também a importância do míster Roger Schmidt, porque o soube repescar em tempo útil para o Benfica, para voltar a ser o grande jogador que foi. E, no fim, acaba também por ser um momento bom. Tive uma conversa com o Tino no Mundial de Clubes, e ele também entendeu que, se aparecesse uma boa oportunidade, ele, com 25/26 anos, poderia ter uma aventura no estrangeiro diferente daquelas que teve. Por isso, nós fizemos o reforço que fizemos no mercado, porque sentíamos, pela qualidade que o Tino tem e pela época que ele fez no ano passado na Liga dos Campeões, que uma equipa de uma grande liga o podia vir buscar. E assim aconteceu. O Tino teria sempre espaço comigo, porque aquilo que eu gosto, como vocês sabem, já conversámos diversas vezes sobre isso, é ter 2 jogadores competitivos por cada posição. E, na altura, a vinda do Manu foi para termos exatamente isso: 2 jogadores de perfil diferente, que nos pudessem dar aquilo que o jogo pedisse a cada momento. E a vinda do Enzo [Barrenechea] foi para isso, para eventualmente podermos preparar a saída do Tino, e, simultaneamente, a ausência do Manu por lesão."
DIAGONAIS NO ATAQUE
"[Como dar a volta às dificuldades em penetrar na defensiva adversária?] Eu entendo a sua pergunta, mas, antes de ir à sua pergunta, faço-lhe uma questão, porque me fizeram, também, na flash [zona de entrevistas rápidas]. Com quantos homens é que nós jogámos na frente? Nós fizemos muitos movimentos e por isso é que criámos os golos daquela maneira. Nós temos de olhar um pouco para aquilo que é o perfil dos nossos jogadores e com a intenção que nós podíamos fazer: movimentos, e eu, consigo, posso dizer de outra maneira que você vai entender... quando a bola chegava fora, principalmente ao Dedic e ao Samuel [Dahl], diagonais, duplas diagonais com os movimentos do Ivanovic. O que podíamos ter feito num ou noutro momento? Mais cruzamentos, do Fredrik [Aursnes] e, eventualmente, do Samuel [Dahl]. Mais cruzamentos rasteiros para apanhar a linha defensiva a tentar defender a baliza e para tentar apanhar os nossos homens de frente para a baliza. Acho que foi uma coisa que podíamos fazer e foi aquilo que reforçámos no intervalo para a equipa fazer."
ESTRATÉGIA E GESTÃO DITARAM ALTERAÇÕES
"Quando olho para o jogo, e para aquilo que foi a exigência deste ciclo, sem a tal pré-época, neste momento, e isto é uma explicação daquilo que é este momento da equipa do Benfica, é mais difícil controlarmos o desgaste físico durante o jogo dos jogadores que menos jogam, do que propriamente aqueles que vão jogando. E, hoje, alguns jogadores já vinham com 6 e 7 jogos, um ciclo muito difícil. Foi nesse sentido que refrescámos a equipa. Tentar alterar, ter pelo menos um jogador por posição, porque sabíamos que, a determinado momento na 2.ª parte, os jogadores poderiam baixar o ritmo. Por isso, quem entrou... Samu [Samuel Soares], grande exibição. Que não fiquem dúvidas, antecipando a vossa questão, que Trubin continua a ser o número 1, mas Samu é muito importante para nós e hoje fez uma grande exibição. E já que você gosta de falar de técnica e de tática, porque é que utilizámos o [Tomás] Araújo? É mais rápido. O ponta de lança do Alverca [Marezi] é muito rápido, muito bom a atacar a linha defensiva, e o nosso defesa mais rápido é o Araújo. Foi nesse sentido que o colocámos e controlámos grande parte das transições por ele. Barreiro e Andreas [Schjelderup] muito próximos do homem da frente [Ivanovic] para manter a equipa unida na nossa pressão. Por isso, quando olho para o jogo, sentimos que controlámos o jogo com e sem bola. Defrontámos uma grande equipa e, quando ficámos reduzidos a 10 [jogadores], a equipa fechou-se, segurou os 3 pontos, porque, repito, neste momento era muito importante nós fecharmos este ciclo com mais 3 pontos."
A MAIS-VALIA DE SUDAKOV
"Trata-se de um grande valor. É um jogador com enorme qualidade, vai-nos permitir, uma vez mais, por aquilo que ele disse ontem [sábado], pelas várias posições que desempenha – e isso é muito importante para nós –, continuarmos a construir esta equipa em que, independentemente do sistema, nós tenhamos soluções para jogar em função da estratégia e do adversário."