🎥⚽ José Mourinho | Pós-jogo

03h50 CET

23/12/2025

PÓS-JOGO

Para José Mourinho, o triunfo do Benfica sobre o Famalicão (1-0), na partida da 15.ª jornada da Liga Betclic, disputada no Estádio da Luz na noite desta segunda-feira, 22 de dezembro, não merece contestação.

No entender do treinador encarnado, as águias alcançaram uma "vitória merecida, mas não bela". "Não uma vitória do talento e da beleza de jogo que já tivemos neste último mês, em que fizemos grandes jogos, mas uma vitória do trabalho, da organização defensiva, do rigor, da humildade, contra uma equipa que é a primeira vez que perde fora de casa [na Liga]", começou por realçar o treinador encarnado, na entrevista rápida, à BTV.

José Mourinho lembrou que este foi o primeiro duelo em que o emblema minhoto, uma "equipa boa, com jogadores bons", também não faturou fora de portas nesta época.

"Se alguém podia ter feito mais golos, éramos nós, apesar de não termos feito um grande jogo ofensivamente. Mas se alguém teve mais um par de grandes oportunidades, fomos nós, ao passo que o Trubin pouco fez na contribuição do resultado", observou.

Num olhar tático, o técnico admitiu que o Benfica teve a intenção de explorar a profundidade, mas nem sempre o conseguiu. "Foi um bocadinho assim, mas nós não encontrámos muito essa profundidade. As características do Pavlidis não são propriamente essas. Ele estava a jogar muito bem e em grande empatia de jogo com o Barreiro; uma alternância no baixar e no procurar profundidade", analisou, abordando o papel de Aursnes, que, na visão do técnico, emprestou "solidez de jogo" e a compattezza apresentada Luz.

"Mas menos essa agressividade na profundidade. Fomos uma equipa menos agressiva, digamos assim, ofensivamente. Mas jogos parecidos com este, já empatámos aqui. E hoje não empatámos, ganhámos e tivemos solidez. E a equipa esteve compacta, esteve solidária. E quando não é possível jogar muito bem, é possível ser compacto, é possível ser sério, humilde, trabalhar bem. E fomos vencedores merecidos, na minha opinião", reiterou.

Sobre a substituição de Tomás Araújo, aos 56', o timoneiro dos encarnados explicou que o central "jogou doente". "Ele jogou medicado. Ao intervalo, já estava com alguns sintomas que estavam a crescer. Já estava a sentir um bocadinho de tremores. As febres já estavam a subir, e chegou a altura de sair", justificou. "Temos António [Silva], e, quando temos António e Tomás, e sai um e entra o outro, as coisas ficam iguais", complementou.

MERECIDO

"[Resultado espelha aquilo que foi o jogo, com ambas as equipas a quererem ganhá-lo, e com o Benfica a ter a qualidade necessária para vencer] 'Com ambas as equipas a quererem ganhá-lo', tenho dúvidas, porque uma equipa que só faz um remate à baliza em 96 minutos não parece que tenha tido como objetivo ganhar. Jogo equilibrado, fechado, sim, onde nós não conseguimos jogar com o ritmo, com a intensidade com que temos feito ultimamente, seja na fase defensiva, seja na fase ofensiva. Estávamos muito habituados a crescer como equipa, a jogar com o Barreiro junto do atacante, e o Barreiro naquela posição dá-nos um início de pressão muito forte. Acho que sofremos um bocadinho a esse nível e demos a um adversário que tem qualidade, que tem bons jogadores, um jogo, na primeira fase de construção deles, relativamente fácil para eles terem bola. Mas depois fomos muito fortes na compattezza, fomos muito fortes no bloco, e o adversário faz um remate à baliza em 96 minutos. Parece-me que não é uma vitória bonita, mas é uma vitória normal, é uma vitória justa, é uma vitória num jogo parecido com alguns que tivemos aqui em casa e onde acabámos por perder pontos. A equipa agora, mesmo na dificuldade do resultado, que está aberto quando tens um resultado de 1-0, soube estar, soube ser compacta, soube controlar o jogo e ganhar."

TRABALHO E CRESCIMENTO COMO EQUIPA

"[Quando é que o Benfica vai ser tão entusiasmante a atacar como é a defender?] Nós ganhámos aqui ao campeão italiano 2-0, obviamente que não nos foi dado o valor, não nos foi dado o realce que tem o facto de ganharmos da maneira como nós ganhámos a uma equipa que é o campeão de Itália em título. Fizemos um jogo em Moreira [de Cónegos], em que não é fácil ganhar, acho que foi só o FC Porto a ganhar lá, nos últimos instantes do jogo, obviamente que não foi dado o realce àquilo que nós fizemos, obviamente que foram erros que o Moreirense cometeu. E tivemos outros jogos bastante em crescendo, e hoje jogámos contra um adversário que é difícil. O adversário é difícil, é um adversário que não perdeu nenhum jogo fora até hoje, é um adversário que só hoje é que não marcou golos fora de casa, e nós ganhámos. E não é que nós tenhamos no nosso plantel aqueles jogadores que são capazes de, por si só, e só, levantar estádios, aqui não há nem Mbappés, nem Vinicius, nem Yamal, essa gente não está obviamente aqui. Fazemos equipa, somos equipa, trabalhamos como equipa, crescemos como equipa, e, quando não é possível fazer um jogo brilhante, como hoje, é possível ganhar."

PALAVRAS QUE O VENTO LEVA

"[Presidente do Famalicão disse que o ciclone dos Açores chegou ao Estádio da Luz. Merece resposta?] Ah, eu, meteorologia, sou fraco. Nem vejo em televisão, limito-me a ir ao iPhone e a ver como é que está a temperatura."

ARBITRAGEM SEM COMENTÁRIOS

"[O presidente do Famalicão disse também que a sua equipa tinha sido vítima da arbitragem. O treinador do FC Porto disse também que a arbitragem está a viver uma situação insustentável] Não quero nem comentar aquilo que disse o treinador do FC Porto, nem quero comentar aquilo que disse o presidente ou o dono do Famalicão (não sei se é presidente, não sei se é dono). Não quero. Não quero, acho que as coisas são demasiado óbvias."

UMA NOTÍCIA FALSA

"[Comparação entre o lance de Otamendi com o de Hjulmand nos Açores, e a convicção de que Hjulmand é um jogador intocável no futebol português] Eu pensava que tu [n.d.r. jornalista do Correio da Manhã] me ias perguntar um comentário à notícia que tu deste. Falsa. Falsa. [O regulamento permite o pedido de adiamento...] Não, tu escreveste uma notícia, e eu estou-te a dizer que a notícia é falsa. E como eu era, digamos, personagem da notícia que tu deste, eu digo-te com toda a honestidade que a notícia é falsa. [E sobre a arbitragem?] Estás de castigo, e não te respondo. Fica para a próxima."

UNANIMIDADE INEXISTENTE

"[Comunicado do Benfica sobre o Santa Clara-Sporting] O que é que eu tenho que ver com isso? O que é que eu tenho que ver com o jogo do Santa Clara-Sporting? [Concorda que há um clube beneficiado em Portugal pela arbitragem?] Não faço comentários. Prefiro não fazer comentários. O que aconteceu no Santa Clara-Sporting foi demasiado óbvio. Acho que ninguém tem dúvidas daquilo que aconteceu. Há quem fale muito, há quem fale pouco. Eu decidi não vos dizer nada porque não me apetece ser capa de jornal ou abertura de comentadores de TV. Simplesmente não me apetece. Foi dita tanta coisa. Acho que há uma unanimidade que normalmente não existe. Vou falar para quê? Não vale a pena."

PENÁLTI BEM ASSINALADO

"[Queixas do Famalicão e o lance da grande penalidade] Não, as queixas do Famalicão são as queixas do Famalicão, não tenho nada que ver com as queixas do Famalicão. Se você me quiser perguntar a minha opinião… Penálti. Fácil."

O PAPEL DE AURSNES

"Pode-nos oferecer a compattezza que nós estamos a ter sob o ponto de vista defensivo. O Barreiro salta mais alto, é mais agressivo no saltar, a pressionar alto. O Fred [Aursnes] é mais posicional, até porque a sua posição, se calhar, de origem… Ele só não joga a guarda-redes, mas a sua posição de origem é um médio mais posicional, um 6, um 8. Tem menos intensidade nessas distâncias que o Barreiro percorre para chegar à pressão e para arrastar a equipa com ele. Mas depois, quando o bloco se compacta, ele dá-nos essa segurança. Nós, hoje em dia, somos uma equipa que é difícil, para os adversários, partirem-nos. Somos uma equipa muito compacta, muito coesa defensivamente. É difícil, para os adversários, quebrarem-nos. E você viu que o Famalicão é uma equipa que tem excelentes jogadores. Aqueles rapazes, do meio para a frente, são tudo rapazes com muita qualidade técnica e também velocidade e intensidade, mas não nos quebraram. Fizeram um remate à baliza, não criaram perigo absolutamente nenhum. E o Freddy [Aursnes], o facto de eu ter preferido que ele jogasse ali, e não o Sudakov, foi exatamente porque eu sabia que ia ter um jogo complicado e que era importante para nós mantermos aquela solidez ali."

A EVOLUÇÃO DE PRESTIANNI

"É um jogador talentoso, é um jogador que tem drible, é um jogador que tem um contra um. Joga melhor na esquerda do que na direita. É francamente melhor na esquerda do que na direita, porque vem à procura de zonas interiores onde ele se sente muito mais confortável. Mas fez um bom trabalho para nós. Acho que é um jogador que tem ainda dificuldades de ser intenso, concentrado, durante 90 minutos. Às vezes as pessoas esquecem-se, até nós próprios nos esquecemos, de que ele é da mesma idade do que aqueles miúdos que vêm da equipa B à primeira equipa e a que nós vamos dando, quando podemos, minutos para o crescimento dele. Esquecemos que ele é um jogador dessa idade, mas é um jogador que cresce e, obviamente, vai continuar a ter oportunidades para crescer com minutos em campo."

AS QUALIDADES DOS CENTRAIS

"Como deu para ver, ou se calhar é difícil de ver, mas quando eu tive de substituir o António [Silva] pelo Tomás [Araújo], fácil para mim. Nenhum tipo de receio, nenhum tipo de 'ai, Jesus, que agora vamos perder um central que está a jogar muito bem'. Eu com Tomás e António e Otamendi estou absolutamente tranquilo. São 2 jogadores de características diferentes. Você disse e bem que o Zabiri é um miúdo que procura muito a profundidade e é rápido, e o Tomás se calhar é mais rápido ainda. É um central muito rápido que tem características diferentes do António, mas o António é muito forte também nos duelos frontais. Na parte final do jogo, se calhar até foi bom ter lá o António, porque eles não entravam, começaram a meter umas bolas longas lá na frente, portanto nós relativamente a centrais estamos muito bem, e mesmo vendo a equipa B jogar e até os próprios Sub-23 – hoje vi os Sub-23, o Rui Silva que não jogou na equipa B, jogou nos Sub-23, é outro central com grande potencial, portanto aí estamos tranquilos e tudo bem."

ESTICAR O JOGO COM IVANOVIC E RODRIGO RÊGO

"[Dificuldades a partir dos 70 minutos em sair da pressão na primeira fase de construção] Ou não quis sair, ou o treinador disse para não sair, que também é uma possibilidade. Receio [de consentir um golo nos últimos minutos], eu sou honesto consigo, quando se está a ganhar por 1-0, quando se está a ganhar por 2-1, se há algum treinador que lhe diz a si que não tem receio, ou é ultraconfiante, ou é mentiroso. Eu tenho receio, e tenho receio fundamentalmente porque às vezes o golo aparece sem que nada o fizesse prever, mas, quando o jogo está aberto, obviamente que tu sentes isso. Aquilo que eu disse à equipa quando meti o [Rodrigo] Rêgo lá dentro – e depois também com o Manu – foi não vamos agora num jogo que nós temos completamente controlado, fazer construção baixa com uma equipa que agora finalmente nos está a apertar um bocadinho mais; não vamos agora perder bola em fase de construção baixa, não vamos dar bola ao Trubin e metê-lo numa situação de dificuldade. Agora vamos esticar o jogo, e, quando entra o Ivanovic e o Rêgo, a intenção é exatamente essa. É meter gente que é rápida, que tem perna, que tem motor, que vai na profundidade, e jogo controlado. Agora obviamente que existe sempre receio."

EQUIPA CONFORTÁVEL

"[Impacto de vencer com mérito, mas sem ser brilhante] O impacto que tem é os jogadores perceberem que, quando cumprem rigorosamente, e quando jogam concentrados, e quando têm humildade, e quando têm empatia funcional entre eles, que, mesmo quando não se joga de maneira brilhante, mesmo quando se está com o resultado, como eu dizia ao seu colega, que deixa sempre o receio aberto, mas a equipa sente-se confortável. Se você me perguntar 'preferia ter ganho 2-0 ou 3-0 e ter feito um jogo brilhante?', obviamente que sim, mas depois, lá está, quando não é possível fazer – e também eu acho que se deve dar mérito a quem te impediu de fazer um jogo muito bom, e eles têm mérito, têm boa equipa, têm bons jogadores –, acho que é importante ganhar, e nós ganhámos. No fundo, acabámos por estar a sofrer pelo resultado, mas não pelo jogo em si. Fizeram um remate à baliza, uma defesa do Trubin, uma bola que perdemos ali no meio-campo, não sei se foi o Aursnes ou o Richard [Ríos] que perde ali uma bola na zona frontal. Fizeram um remate à baliza, portanto o jogo tem aquele nervosismo do resultado, mas o jogo estava absolutamente controlado."

TITULARIDADE DE TOMÁS ARAÚJO

"O Tomás jogou por uma razão muito simples: porque ele e o doutor fizeram uma coisa que eu amo. Não me disseram nada, ele quis jogar, ele quis ir a jogo mesmo não estando bem; o doutor foi com tudo, pensaram que era possível jogar o jogo todo, não me disseram nada para não me influenciarem na minha decisão, e eu amo tanto da parte do jogador como da parte do doutor; gosto muito de trabalhar com doutores destes numa equipa de futebol com esta filosofia, empatia com o jogador, e depois o treinador logo sabe no final do jogo. Neste caso não deu até final, mas foi essa a razão pela qual eu não comecei o jogo com o António. [Ausência de Barreiro] O Barreiro, a minha conferência de imprensa de ontem – que eu não sabia que tinham tantas saudades minhas – criou... (aí, sim, vamos falar de meteorologia) um tsunâmi, porque eu não fiz a conferência de imprensa, mas fiz ali com a BTV. Foi antes do treino, foi às 10h00, e no treino ele sentiu, e nem sequer foi convocado. Já não estava convocado para o jogo de hoje."

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